Essa entrevista foi publicada no site Educara para crescerhttp://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/entrevista-maria-helena-guimaraes-castro-426438.shtml
Maria Helena Guimarães Castro, de 62 anos, é responsável por 5 500 escolas, mais de 250 000 professores e quase 5 milhões de alunos. A atual secretária estadual de Educação de São Paulo
parece não temer esses números um tanto assustadores. Aliás, sua
história de vida comprova essa postura firme e decidida diante da vida.
Depois de casada, mãe de três filhos, Maria Helena se matriculou em um
cursinho preparatório para o vestibular e no ano seguinte era aluna de
Ciências Sociais da Unicamp. Era a primeira vez que
cursava ensino público: "Estudei a vida inteira num colégio de freiras, o
Colégio Sacré-Coeur de Maria aqui em São Paulo, entrei com seis anos de
idade. Minha história não é uma história de escola pública, é uma
história de colégio de freiras".
1 - Como nasceu sua preocupação por politicas públicas em áreas sociais?
Maria Helena Guimarães Castro: A minha preocupação, principalmente com as políticas de Educação e de saúde, tem origem na minha história de vida familiar. Na minha casa, havia um ambiente extremamente politizado desde a minha infância. Tive grande influência do meu avô, que foi fundador do Partido Comunista (PCB, em 1922). No governo João Goulart, ele falava que as reformas programadas eram fundamentais: "Se vier um regime autoritário vai ser um retrocesso". Ele era fã do Darcy Ribeiro e me levou aos debates sobre as reformas de base da área da Educação e da política, sobretudo. Quando veio o golpe de 1964, discutia os efeitos destrutivos do regime autoritário e o que isso poderia representar para o futuro do país, o que isso representava como retrocesso do ponto de vista da estrutura social, de melhorar as condições de vida do conjunto da população brasileira. A questão política dentro da minha casa era conversa do dia-a-dia, era conversa de almoço de domingo, de fim de semana, quer dizer, o ambiente era quente, politicamente falando, até porque meu pai foi vereador pela UDN e o meu avô sempre foi do Partido Comunista. Meu pai era empresário, direitista. Convivi com uma briga política entre o meu pai e o meu avô, desde sempre.
2 - Qual a sua opinião sobre as políticas federais de Educação?
1 - Como nasceu sua preocupação por politicas públicas em áreas sociais?
Maria Helena Guimarães Castro: A minha preocupação, principalmente com as políticas de Educação e de saúde, tem origem na minha história de vida familiar. Na minha casa, havia um ambiente extremamente politizado desde a minha infância. Tive grande influência do meu avô, que foi fundador do Partido Comunista (PCB, em 1922). No governo João Goulart, ele falava que as reformas programadas eram fundamentais: "Se vier um regime autoritário vai ser um retrocesso". Ele era fã do Darcy Ribeiro e me levou aos debates sobre as reformas de base da área da Educação e da política, sobretudo. Quando veio o golpe de 1964, discutia os efeitos destrutivos do regime autoritário e o que isso poderia representar para o futuro do país, o que isso representava como retrocesso do ponto de vista da estrutura social, de melhorar as condições de vida do conjunto da população brasileira. A questão política dentro da minha casa era conversa do dia-a-dia, era conversa de almoço de domingo, de fim de semana, quer dizer, o ambiente era quente, politicamente falando, até porque meu pai foi vereador pela UDN e o meu avô sempre foi do Partido Comunista. Meu pai era empresário, direitista. Convivi com uma briga política entre o meu pai e o meu avô, desde sempre.
2 - Qual a sua opinião sobre as políticas federais de Educação?
Maria Helena Guimarães Castro: Para resultados a médio e longo
prazo, a estratégia é boa, porque ela valoriza a melhoria da qualidade,
valoriza a aprendizagem, com metas definidas - as metas do ministério
estão bastante articuladas com as metas do Todos Pela Educação - o que é
bastante importante para garantir continuidade da política pública. Do
ponto de vista de resultados em curto prazo, algumas coisas que me
preocupam, que têm talvez até menos a ver com o Ministério da Educação e
muito mais a ver com certa tendência de novas leis aprovadas sem que
haja um debate adequado. Por exemplo, a proposta do piso nacional: todo
mundo é a favor do piso, nós também. No entanto, uma lei federal não
pode estabelecer que as eleições para diretores de escolas sejam
obrigatoriamente diretas. Essas são determinações estaduais e
municipais, quando o Estado defini esse tipo de coisa fere a autonomia
jurídica que estados e municípios têm. É preciso que exista um debate
sobre algumas leis que estão no Congresso Nacional para que nós não
fiquemos com um arcabouço legal e institucional que inviabilize as
melhoras que todos nós queremos que aconteçam na Educação. A lei que
está no Congresso Nacional, do senador Cristovam Buarque, que estabelece
a escola de tempo integral das 7h até as 17h, somando 1 700 horas de
aula. Nenhum sistema do mundo, nem na Finlândia nem na Suécia, nem na
Coréia nem no Japão, tem um número de hora/aula tão grande. O que fazer
com os alunos que estão no período noturno? Ao invés de o governo
federal contribuir para a implementação do Plano de Desenvolvimento da
Educação no Brasil, vai atrapalhar os estados e municípios naquilo que
eles já começaram a fazer para atingir as metas de qualidade. É um
atropelo. Ninguém fez conta, ninguém sabe o impacto que isso tem nos
orçamentos estaduais e municipais, como isso se reflete na Lei de
Responsabilidade Fiscal dos estados e municípios - que o governo federal
não cumpre. Como é que nós vamos continuar melhorando a Educação se
tivermos de cumprir todas essas exigências ao mesmo tempo? Não dá para
fazer tudo.
3 - Qual é o seu sonho para a Educação?
3 - Qual é o seu sonho para a Educação?
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